quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O JOVEM E A FAMILIA


Será preciso inventar algo novo e o novo será inventado pelos jovens” (José Comblim)

Se a juventude viesse a faltar, o rosto de Deus iria mudar

Há varias maneiras de se entender a palavra “juventude”. No entanto, mais que descrições científicas da realidade ou classificações, preferimos entender que a experiência de vida da grande maioria de jovens tem diversas dimensões:
► Biológica;
► Psicológica;
► Social.
Em todo o caso, é preciso estar atento ao fato de que há maneiras bem diferentes de viver essas dimensões, e de que essas diferenças podem ser enormes.

Diferentes concepções
Concepção Biológica ou etária: Vê a juventude na sua dimensão evolutiva, de crescimento biológico, sexual, sociológico, psicológico, etc. É o critério usado pela ONU que data a juventude dos 14 aos 25 anos. Neste período, acontece o amadurecimento biofisiológico e pscossocial, cuja duração e ritmo dependem de muitas circunstâncias, como: clima, cultura, condições de trabalho, etc.

Concepção psicológica (identidade): Ressalta a dimensão da construção da identidade pessoal. Partindo das experiências da infância e enfrentando uma série de desafios mais ou menos fortes, o jovem vai construindo novas maneiras de relacionamento consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com Deus.

Nesses relacionamentos se definem os papéis, as exigências de comportamento, os limites e as possibilidades. A “juventude” (14-25 anos) é tempo de opções, de valorização do subjetivo, dos sentimentos e da ação. É um tempo de afirmação como pessoa.

A visão de mundo, durante este período, costuma estar caracterizada pela busca, pela mudança e pela expressão de novas reações psicológicas. O campo mais atingido é o da afetividade e o das relações humanas. No final haverá um novo posicionamento do sujeito diante da realidade. Isto será algo característico da pessoa, possivelmente para toda a vida. Nessa caminhada de re-elaboração de relacionamentos, os jovens definem também sua maneira de se relacionar com a sociedade.

3. Concepção simbólico-cultural: A juventude é uma fase de experimentação e formação de valores. A transmissão de valores às novas gerações é uma das tarefas indispensáveis de toda cultura. Sem tradição, a cultura morre. O período da juventude é caracterizado pela aprendizagem e pela contestação dos valores aprendidos. Entre nós, podemos distinguir várias culturas, citamos ao menos três:

a) A Cultura popular: Está mais claramente presente em certos ambientes mais tradicionais, como o ambiente rural e pequenos grupos urbanos. Caracteriza-se pelo valor dado a tradição e a autoridade inconteste dos antigos;
b) A Cultura erudita: Própria dos meios universitários e classes média e alta, caracteriza-se pela confiança maior na racionalidade e nos caminhos científicos. Esta se baseia nas razões, mesmo aceitando “autoridades” reconhecidas como critérios confiáveis;
c) A Cultura de Massa: é mais urbana, mesmo que esteja atingindo todas as classes e regiões. Tem como característica principal a incontestável influência dos Meios de Comunicação.

4. Concepção sociológica: Na juventude se torna definitiva e consciente a alocação de cada pessoa numa classe social. As instituições e os processos de “formação” do jovem, de qualificação profissional e integração os submissão social, cultural e ideológica são diferenciados.
O jovem começa a pensar sua vida a partir do que é na sociedade: trabalhador, estudante, camponês, universitário (pobre ou de classe média, da cidade ou do campo). Aquilo que se é na sociedade e, especialmente, nos meios de produção, torna-se desde cedo um fator determinante na formação da personalidade e no processo de educação.


O Relacionamento do Jovem com a Família
Como vimos, a personalidade do jovem vai aos poucos sendo construída a partir das relações que ele constrói ao logo da vida. Um dos maiores problemas apontados pelos jovens de hoje é seu frustrante relacionamento com os pais e irmãos.
O termo família provém do latim “famulus”, criado ou servidor. Inicialmente a palavra designava o conjunto de empregados de um senhor e, só mais tarde, passou-se a usar o termo para denominar o grupo de pessoas que, unidas por laços de sangue, vivem na mesma casa e estão submetidas à autoridade de um chefe comum.
Embora não seja fácil estabelecer com precisão como se iniciou a vida familiar, parece que suas funções de reproduzir e proteger a espécie foram indispensáveis à sobrevivência da humanidade, já que o simples acasalamento não basta para garantir a propagação, desenvolvimento e socialização do ser humano.
O tipo de família mais comum constitui-se de homem, mulher e filho(os) não casados(as). Esse modelo de família não é absoluto, pois muitos lares incluem outros componentes, como: avós, viúvas, órfãos, mães solteiras... também pode haver filhos casados que façam parte da família junto com os pais, de modo a coexistirem, na mesma casa, três ou quatro gerações. Isso sem falar de casais que não tem filhos e das uniões homossexuais.

Dois Modelos
Hoje vivemos um conflito entre dois modelos de famílias:
A família do tipo antigo, rural, patriarcal;
2. A família moderna marcada pela cultura urbana, onde o papel do homem e da mulher é mais igualitário; o relacionamento entre os pais e filhos é mais próximo. Trata-se de uma família mais aberta.

Família: Célula Básica da Sociedade

Diante destas realidades em rápida evolução, precisamos redescobrir o papel transformador da família. Ela não pode continuar sendo vítima, ela deve ser protagonista.
Se a família é a célula básica da sociedade, se a família vai bem, é a sociedade que sai ganhando e vice-versa. Não há quem duvide que seja na família que se dá todo o processo de construção de uma vida sadia, equilibrada e responsável.
O estado de saúde ou doença da instituição é determinante para a sociedade. As famílias sólidas continuam contribuindo para a solução dos problemas mais graves das sociedades modernas: a educação da juventude, o equilíbrio psicológico dos cidadãos, a diminuição do consumo de drogas, a responsabilidade no trabalho, a solidariedade, a atenção aos idosos, etc.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O CULTIVO PESSOAL DO MINISTRO DA EUCARISTIA


Cada um de nós, chamados a vida, recebemos de Deus uma vocação específica. Já no ventre materno, Deus nos amou e nos escolheu. Nossa primeira vocação foi à vida. Não pra qualquer tipo de vida, mas para uma vida de santidade, vivida em comunidade.
A vocação à SANTIDADE é um convite especial de Deus. Buscamos sempre estar próximos de Deus, fazer a sua vontade, buscando realizar aqui, no nosso tempo, o início do seu Reino.
Mas, nesta caminhada de santidade, sempre há pedras que nos tiram do caminho. Podem ser pequenas ou grandes, mas sempre nos tiram do nosso objetivo inicial, que é estar o mais próximo possível de Deus.
Todos aqueles que se colocam a disposição de Deus, exercendo alguma atividade na sua Igreja, sempre estarão vuneráveis a estas distrações, que nos afastam de Deus. Em especial, os ministros, escolhidos para exercerem uma atividade particular, precisam estar preparados para estes “cochilos”.
Aqueles que são chamados para exercer o ministério extraordinário da comunhão precisam estar devidamente preparados para enfrentar estes “cochilos”. E podem se preparar apoiando-se em três pilares fundamentais de nossa fé: PALAVRA DE DEUS, EUCARISTIA e CONFISSÃO.

PALAVRA DE DEUS
Nela encontramos o sustento para nossa fé. Na Bíblia encontramos expresso, de modo humano, a verdade de Deus. Com o desejo de revelar sua bondade e sua sabedoria aos homens (e mulheres), Deus, por intermédio de Jesus Cristo, o verbo encarnado, e a ajuda do Espírito Santo, apresentaram seu projeto de salvação.
Assim, o que era invisível passou a ser visível, palpável, passível de experiência e aprofundamento. Assim, o livro da Palavra de Deus é, para nós crentes, o lugar onde encontramos o desejo de Deus expresso. Lá encontramos a revelação de seus desígnios. Lá encontramos também consolo para nossas angústias e desencontros.
A Bíblia é a Palavra de Deus, revelada e vivida no meio do Povo. É também nosso principal local de oração. Para o cristão, a Palavra de Deus é seu templo, seu átrio, seu santuário.

EUCARISTIA
A Eucaristia é centro e ápice de nossa fé. É Cristo vivo, presente no meio de nós. Celebrar a Eucaristia é reviver, fazer memória dos acontecimentos que identificam nossa fé: a entrega de Cristo para a Salvação de toda a humanidade.
A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja.
A Eucaristia é um dom – por excelência. É mistério de fé. É sinal de um amor levado ao extremo, sem medida. É um momento alegre, um banquete, onde Cristo se oferece como alimento.
A Eucaristia edifica a Igreja. Ela consolida a incorporação em Cristo operada no Batismo pelo Dom do Espírito Santo. E mais, renova este compromisso através da participação na comunhão sacramental. Podemos dizer não só que cada um de nós recebe Cristo, mas também que Cristo recebe cada um de nós.

CONFISSÃO
O Sacramento da Reconciliação é nossa oportunidade de nos aproximarmos novamente de Deus. Apagamos tudo aquilo que nos impedia de aproximarmo-nos de Deus e nos comprometemos em não praticá-los novamente.
Como o pecado é uma ofensa a Deus e que destrói nossa amizade com ele, a penitência busca, em última análise, que amemos intensamente a Deus e nos entreguemos totalmente a Ele.
Pela insondável mistério da bondade de Deus, recebemos o perdão, não por nossos méritos, mas pela Graça e misericórdia de Deus Pai. Mas, como geralmente o pecado está associado ao prejuízo de alguém da comunidade, é importante que o pecado seja reparado também com quem foi prejudicado.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO : Como podemos unir ORAÇÃO e AÇÃO?

O que é a ORAÇÃO?
Santa Teresinha do Menino Jesus (padroeira desta paróquia) definiu ORAÇÃO como o impulso do coração; é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor da provação ou no meio da alegria.
São João Damasceno completaria esta afirmação dizendo que a ORAÇÃO é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes.
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, a ORAÇÃO é a linguagem da profundeza. E o principal fundamento desta linguagem é a humildade. Ela é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração.
A ORAÇÃO quer, saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede que nós tenhamos sede dele (Santo Agostinho).
A ORAÇÃO é o elo entre a nossa humanidade e a divindade de Deus. É como um fio invisível que nos liga a realidade divina de Deus. Quando cantamos aquele canto de animação (telefone do céu), estamos lembrando exatamente aquilo que chamamos de oração: um canal de ligação com Deus Pai.

A Oração como Aliança: De onde vem a oração humana?
Vem do CORAÇÃO. Ele é a casa em que estou, onde moro. Ele é nosso centro escondido, inatingível pela razão e por outra pessoa. Só o Espírito de Deus pode sondá-lo e conhecê-lo. Ele é o lugar da decisão, no mais profundo de nossas tendências psíquicas. É o lugar da VERDADE, onde escondemos a vida ou a morte. É o lugar do ENCONTRO, pois, à imagem de Deus, vivemos em relação; é o lugar da ALIANÇA.

A Oração como Comunhão
Na Nova Aliança, a oração é a relação viva dos filhos de Deus com seu Pai infinitamente bom, com seu Filho, Jesus Cristo, e com o Espírito Santo. Desta forma, a vida de oração consiste em estar habitualmente na presença do Deus três vezes Santo e em comunhão com Ele.
A família cristã é o primeiro lugar da educação à oração.
Os ministros ordenados, a vida consagarda, a catequese, os grupos de oração e a direção espiritual garantem na Igreja uma ajuda à oração…


4 modelos de oração:
1) Oração de Súplica: O pedido de perdão é o primeiro movimento da oração de súplica, pois esta está centrada no desejo e na procura do reino que vem, de acordo com o ensinamento de Jesus.
2) Oração de intercessão: É uma oração que nos conforma de perto com a oração de Jesus. Consiste num pedido em favor de outrem. Não conhece fronteiras e se estende até os inimigos.
3) Oração de Ação de Graças: Toda alegria e todo sofrimento, todo acontecimento e toda necessidade podem ser matéria da ação de Graças que devem dar plenitude a toda a vida.
4) Oração de Louvor: Oração totalmente desinteressada dirige-se a Deus. Ele faz, por aquilo que Ele é.

Lugares favoráveis à oração
1 – Para a ORAÇÃO LITÚRGICA, a Igreja, casa de Deus, é o local mais favorável. Mas não impede que seja celebrada a vida também em outros lugares;
2 – Para a oração individual (pessoal), na casa, um local preparado, um pequeno oratório, com a presença da Palavra de Deus, é sempre um lugar de oração;
3 – Os Santuários, os centros de espiritualidade, são sempre fontes de renovação da oração;4 – Para a oração da Igreja, o melhor lugar é mesmo a Bíblia. Nos encontramos com Deus e Ele se apresenta a nós nas páginas da Sagrada Revelação.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Missa Parte por Parte

RITOS INICIAIS

Entrada do Celebrante

Vai começar a Celebração. É o nosso encontro com Deus, marcado pelo próprio Cristo. Jesus é o orante máximo que assume a Liturgia oficial da Igreja e consigo a oferece ao Pai. Ele é a cabeça e nós os membros desse corpo. Por isso nos incorporamos a Ele pra que nossa vida tenha sentido e nossa oração seja eficaz. Durante o canto de entrada, o padre acompanhado dos ministros, dirige-se ao altar. O celebrante faz uma inclinação e depois beija o altar. O beijo tem um endereço: não é propriamente para o mármore ou a madeira do altar, mas para o Cristo, que é o centro de nossa piedade.

Saudação

O padre dirige-se aos fiéis fazendo o sinal da cruz. Essa expressão "EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO", tem um sentido bíblico. Nome em sentido bÍblico quer dizer a própria pessoa. Isto é iniciamos a Missa colocando a nossa vida e toda a nossa ação nas mãos da Santíssima Trindade.

O sinal da cruz, significa que estamos na presença do Senhor e que compartilhamos de Sua autoridade e de Seu poder.

Ato penitencial

O Ato Penitencial é um convite para cada um olhar dentro de si mesmo diante do olhar de Deus, reconhecer e confessar os seus pecados, o arrependimento deve ser sincero. É um pedido de perdão que parte do coração com um sentido de mudança de vida e reconciliação com Deus e os irmãos.

E quando recitamos o Rito Penitencial, ficamos inteiramente receptivos à sua graça curativa: o Senhor nos perdoa, nos abrimos em perdão e estendemos a mão para perdoar a nós mesmos e aos outros.

Ao perdoar e receber o perdão divino, ficamos impregnados de misericórdia: somos como uma esponja seca que no mar da misericórdia começa a se embeber da graça e do amor que estão à nossa espera. É quando os fiéis em uníssono dizem: “Senhor, tende piedade de nós!”

Hino de louvor

O Glória é um hino de louvor à Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. No Glória (um dos primeiros cânticos de louvor da Igreja), entramos no louvor de Jesus diante do Pai, e a oração dEle torna-se nossa. Quando louvamos, reconhecemos o Senhor como criador e Seu contínuo envolvimento ativo em nossas vidas. Ele é o oleiro, nós somos a argila (Jer 18-6). Louvemos!

Nós temos a tendência a nos voltar para a súplica, ou seja, permanecemos no centro da oração. No louvor, ao contrário, Jesus é o centro de nossa oração. Louvemos o Senhor com todo o nosso ser, pois alguma coisa acontece quando nos esquecemos de nós mesmos. No louvor, servimos e adoramos o Senhor.

OREMOS

A oração é seguida de uma pausa este é o momento que o celebrante nos convida a nos colocarmos em oração. Durante esse tempo de silêncio cada um faça Mentalmente o seu pedido a Deus. Em seguida o padre eleva as mãos e profere a oração, oficialmente, em nome de toda a Igreja. Nesse ato de levantar as mãos o celebrante está assumindo e elevando a Deus todas as intenções dos fiéis. Após a oração todos respondem AMÉM, para dizer que aquela oração também é sua.

LITURGIA DA PALAVRA

Após o AMÉM da Oração, a comunidade senta-se mas deve esperar o celebrante dirigir-se à cadeira. A Liturgia da Palavra tem um conteúdo de maior importância, pois é nesta hora que Deus nos fala solenemente. Fala a uma comunidade reunida como "Povo de Deus". A Palavra explicada, nosso compromisso com Deus, nossas súplicas e ofertas.

Primeira leitura

E quando se inicia a Liturgia da Palavra, peçamos ao Espírito Santo que nos fale por intermédio dos versículos bíblicos: que as leituras sejam para nós palavras de sabedoria, discernimento, compreensão e cura.

A Primeira Leitura geralmente é tirada do Antigo Testamento, onde se encontra o passado da História da Salvação. O próprio Jesus nos fala que nele se cumpriu o que foi predito pelos Profetas a respeito do Messias.

Salmo responsorial

Salmo Responsorial antecede a segunda leitura, é a nossa resposta a Deus pelo que foi dito na primeira leitura. Ajuda-nos a rezar e a meditar na Palavra acabada de proclamar. Pode ser cantado ou recitado.

Segunda leitura

A Segunda Leitura é tirada das Cartas, Atos ou Apocalipse. As cartas são dirigidas a uma comunidade a todos nós.

Canto de aclamação ao Evangelho

Terminada a Segunda Leitura, vem a Monição ao Evangelho, que é um breve comentário convidando e motivando a Assembléia a ouvir o Evangelho. O canto de Aclamação é uma espécie de aplauso para o Senhor que via nos falar.

Evangelho

Toda a Assembléia está de pé, numa atitude de expectativa para ouvir a Mensagem. A Palavra de Deus solenemente anunciada, não pode estar "dividida" com nada: com nenhum barulho, com nenhuma distração, com nenhuma preocupação. É como se Jesus, em Pessoa, se colocasse diante de nós para nos falar.

A Palavra do Senhor é luz para nossa inteligência, paz para nosso Espírito e alegria para nosso coração.

Homilia

É a interpretação de uma profecia ou a explicação de um texto bíblico. A Bíblia não é um livro de sabedoria humana, mas de inspiração divina. Jesus tinha encerrado sua missão na terra. Havia ensinado o povo e particularmente os discípulos.

Tinha morrido e ressuscitado dos mortos. Missão cumprida! Mas sua obra da Salvação não podia parar, devia continuar até o fim do mundo. Por isso Jesus passou aos Apóstolos o seu poder recebido do pai e lhes deu ordem para que pregassem o Evangelho a todos os povos. O sacerdote é esse "homem de Deus". Na homilia ele "atualiza o que foi dito há dois mil anos e nos diz o que Deus está querendo nos dizer hoje".

Então o sacerdote explica as leituras. É o próprio Jesus quem nos fala e nos convida a abrir nossos corações ao seu amor. Reflitamos sobre Suas palavras e respondamos colocando-as em prática em nossa vida.

Profissão de fé

Em seguida, os fiéis se levantam e recitam o Credo. Nessa oração professamos a fé do nosso Batismo.

A fé é à base da religião, o fundamento do amor e da esperança cristã. Crer em Deus é também confiar Nele. Creio em Deus Pai, com essa atitude queremos dizer que cremos na Palavra de Deus que foi proclamada e estamos prontos para pô-la em prática.

Oração da comunidade (Oração dos fiéis)

Depois de ouvirmos a Palavra de Deus e de professarmos nossa fé e confiança em Deus que nos falou, nós colocamos em Suas mãos as nossas preces de maneira oficial e coletiva. Mesmo que o meu pedido não seja pronunciado em voz alta, eu posso colocá-lo na grande oração da comunidade. Assim se torna oração de toda a Igreja.

E ainda de pé rogamos a Deus pelas necessidades da Igreja, da comunidade e de cada fiel em particular. Nesse momento fazemos também nossas ofertas a Deus.

LITURGIA EUCARÍSTICA

Na Missa ou Ceia do Senhor, o Povo de Deus é convidado e reunido, sob a presidência do sacerdote, que representa a pessoa de Cristo para celebrar a memória do Senhor.

Vem a seguir o momento mais sublime da missa: é a renovação do Sacrifício da Cruz, agora de maneira incruenta, isto é, sem dor e sem violência. Pela ação do Espírito Santo, realiza-se um milagre contínuo: a transformação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Jesus Cristo. É o milagre da Transubstanciação, pelo qual Deus mantém as aparências do pão e do vinho (matéria) mesmo que tenha desaparecido a substância subjacente (do pão e do vinho). Ou seja, a substância agora é inteiramente a do Corpo, Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, embora as aparências sejam a do pão e do vinho.

Procissão das oferendas

As principais ofertas são o pão e vinho. Essa caminhada, levando para o altar as ofertas, significa que o pão e o vinho estão saindo das mãos do homem que trabalha. As demais ofertas representam igualmente a vida do povo, a coleta do dinheiro é o fruto da generosidade e do trabalho dos fiéis. Deus não precisa de esmola porque Ele não é mendigo e sim o Senhor da vida. A nossa oferta é um sinal de gratidão e contribui na conservação e manutenção da casa de Deus. Na Missa nós oferecemos a Deus o pão e o vinho que, pelo poder do mesmo Deus, mudam-se no Corpo e Sangue do Senhor. Um povo de fé traz apenas pão e vinho, mas no pão e no vinho, oferece a sua vida. O sacerdote oferece o pão a Deus, depois coloca a hóstia sobre o corporal e prepara o vinho para oferecê-lo do mesmo modo. Ele põe algumas gotas de água no vinho simboliza a união da natureza humana com a natureza divina. Na sua encarnação, Jesus assumiu a nossa humanidade e reuniu, em si, Deus e o Homem. E assim como a água colocada no cálice torna-se uma só coisa com o vinho, também nós, na Missa, nos unimos a Cristo para formar um só corpo com Ele. O celebrante lava as mãos, essa purificação das mãos significa uma purificação espiritual do ministro de Deus.

Santo

Prefácio é um hino "abertura" que nos introduz no Mistério Eucarístico. Por isso o celebrante convida a Assembléia para elevar os corações a Deus, dizendo Corações ao alto"! É um hino que proclama a Santidade de Deus e dá graças ao Senhor.

O final do Prefácio termina com a aclamação Santo, Santo, Santo... é tirado do livro do profeta Isaías (6,3) e a repetição é um reforço de expressão para significar o máximo de santidade, embora sendo pecadores, de lábios impuros, estamos nos preparando para receber o Corpo do Senhor.

Consagração do pão e vinho

O celebrante estende as mãos sobre o pão e vinho e pede ao Pai que os santifique enviando sobre eles o Espírito Santo. Por ordem de Cristo e recordando o que o próprio Jesus fez na Ceia e pronuncia estas palavras "TOMAI...

O celebrante faz uma genuflexão para adorar Jesus presente sobre o altar. Em seguida recorda que Jesus tomou o cálice em suas mãos, deu graças novamente, e o deu a seus discípulos dizendo: "TOMAI...... "FAZEI ISTO" aqui cumpre-se a vontade expressa de Jesus, que mandou celebrar a Ceia.

"EIS O MISTÉRIO DA FÉ" Estamos diante do Mistério de Deus. E o Mistério só é aceito por quem crê.

Orações pela igreja

A Igreja está espalhada por toda a terra e além dos limites geográficos: está na terra, como Igreja peregrina e militante; está no purgatório, como Igreja padecente; e está no céu como Igreja gloriosa e triunfante.

Entre todos os membros dessa Igreja, que está no céu e na terra, existe a intercomunicação da graça ou comunhão dos Santos. Uns oram pelos outros, pois somos todos irmãos, membros da grande Família de Deus.

A primeira oração é pelo Papa e pelo bispo Diocesano, são os pastores do rebanho, sua missão é ensinar, santificar e governar o Povo de deus. Por isso a comunidade precisa orar muito por eles. Rezar pelos mortos é um ato de caridade, a Igreja é mais para interceder do que para julgar, por isso na Missa rezamos pelos falecidos. Finalmente, pedimos por nós mesmos como "povo santo e pecador".

Por Cristo, com Cristo e em Cristo

Neste ato de louvor o celebrante levanta a Hóstia e o cálice e a assembléia responde amém.

RITO DA COMUNHÃO

Pai nosso

Jesus nos ensinou a chamar a Deus de Pai e assim somos convidados a rezar o Pai-Nosso. É uma oração de relacionamento e de entrega. Ao nos abrirmos ao Pai, uma profunda sensação de integridade e descanso toma conta de nós. Como cristãos, fazer a vontade do Pai é tão importante para nosso espírito quanto o alimento é para nosso corpo.

O Pai Nosso, não é apenas uma simples fórmula de oração, nem um ensinamento teórico de doutrina. Antes de ser ensinado por Jesus, o Pai-Nosso foi vivido plenamente pelo mesmo Cristo. Portanto, deve ser vivido também pelos seus discípulos.

Com o Pai Nosso começa a preparação para a Comunhão Eucarística. Essa belíssima oração é a síntese do Evangelho. Para rezarmos bem o Pai Nosso, precisamos entrar no pensamento de Jesus e na vontade do Pai. Portanto, para eu comungar o Corpo do senhor na Eucaristia, preciso estar em "comunhão" com meus irmãos, que são membros do Corpo Místico de Cristo.

Pai Nosso é recitado de pé, com as mãos erguidas, na posição de orante.

Pode também ser cantado, mas sem alterar a sua fórmula. após o Pai Nosso na Missa não se diz amém pois a oração seguinte é continuação.

A paz

Após o Pai-Nosso, o sacerdote repete as palavras de Jesus: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”.

A paz é um dom de Deus. É o maior bem que há sobre a terra. Vale mais que todas as receitas, todos os remédios e todo o dinheiro do mundo. A paz foi o que Jesus deu aos seus Apóstolos como presente de sua Ressurreição.

Que paz é essa da qual fala Jesus? É o amor para com o próximo. Às vezes vamos à Igreja rezar pela paz no mundo, mas não estamos em paz conosco ou com nossas famílias. Não nos esqueçamos: a paz deve começar dentro de nós e dentro de nossas casas.

Assim como só Deus pode dar a verdadeira paz, também só quem está em comunhão com Deus é que pode comunicar a seus irmãos a paz.

Fração do pão

O celebrante parte da hóstia grande e coloca um pedacinho da mesma dentro do cálice, que representa a união do Corpo e do Sangue do Senhor num mesmo Sacrifício e mesma comunhão.

Cordeiro de Deus

Tanto no Antigo como no Novo Testamento, Jesus é apresentado como o "cordeiro de Deus". Os fIéis sentem-se indignos de receber o Corpo do Senhor e pedem perdão mais uma vez.

Comunhão

A Eucaristia é um tesouro que Jesus, o Rei imortal e eterno, deixou como MIstério da Salvação para todos os que nele crêem. Comungar é receber Jesus Cristo, Reis dos Reis, para alimento de vida eterna.

À mesa do Senhor recebemos o alimento espiritual

A hora da Comunhão merece nosso mais profundo respeito, pois nos tornamos uma só coisa em Cristo. E sabemos que essa união com Cristo é o laço de caridade que nos une ao próximo. O fruto de nossa Comunhão não será verdadeiro se não vemos melhorar a nossa compaixão, paciência e compreensão para com os outros.

Modo de comungar

Quem comunga recebendo a hóstia na mão deve elevar a mão esquerda aberta, para o padre colocar a comunhão na palma da mão. O comungaste imediatamente, pega a Hóstia com a direita e comunga ali mesmo na frente do padre ou ministro. Ou direto na boca.

Quando a comunhão é nas duas espécies, ou seja, pão e vinho é diretamente na boca.

Pós comunhão


Depois de comungar temos alguns preciosos minutos em que Nosso Senhor Jesus Cristo nos tem, poderíamos dizer, abraçados. Perguntemos corajosamente: Senhor, que queres que eu faça? E estejamos abertos para ouvirmos a resposta. Quantos milagres e quantas curas acontecem nesse momento em que Deus está vivo e presente em nós!

Rito final

Seguem-se a Ação de Graças e os Ritos Finais. Despedimo-nos, e é nessa hora que começa nossa missão: a de levar Deus àqueles que nos foram confiados, a testemunhar Seu amor em nossos gestos, palavras a ações.

Como receber a benção

É preciso valorizar mais e receber com fé a benção solene dada no final da Missa. E a Missa termina com a benção.

Qual a parte mais importante da Missa?

É justamente agora a parte mais importante da Missa, quando Ela se acaba, pois colocamos em prática tudo aquilo que ouvimos e aprendemos durante a celebração, enfim quando vivenciamos os ensinamentos de Deus Pai.