quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O JOVEM E A FAMILIA


Será preciso inventar algo novo e o novo será inventado pelos jovens” (José Comblim)

Se a juventude viesse a faltar, o rosto de Deus iria mudar

Há varias maneiras de se entender a palavra “juventude”. No entanto, mais que descrições científicas da realidade ou classificações, preferimos entender que a experiência de vida da grande maioria de jovens tem diversas dimensões:
► Biológica;
► Psicológica;
► Social.
Em todo o caso, é preciso estar atento ao fato de que há maneiras bem diferentes de viver essas dimensões, e de que essas diferenças podem ser enormes.

Diferentes concepções
Concepção Biológica ou etária: Vê a juventude na sua dimensão evolutiva, de crescimento biológico, sexual, sociológico, psicológico, etc. É o critério usado pela ONU que data a juventude dos 14 aos 25 anos. Neste período, acontece o amadurecimento biofisiológico e pscossocial, cuja duração e ritmo dependem de muitas circunstâncias, como: clima, cultura, condições de trabalho, etc.

Concepção psicológica (identidade): Ressalta a dimensão da construção da identidade pessoal. Partindo das experiências da infância e enfrentando uma série de desafios mais ou menos fortes, o jovem vai construindo novas maneiras de relacionamento consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com Deus.

Nesses relacionamentos se definem os papéis, as exigências de comportamento, os limites e as possibilidades. A “juventude” (14-25 anos) é tempo de opções, de valorização do subjetivo, dos sentimentos e da ação. É um tempo de afirmação como pessoa.

A visão de mundo, durante este período, costuma estar caracterizada pela busca, pela mudança e pela expressão de novas reações psicológicas. O campo mais atingido é o da afetividade e o das relações humanas. No final haverá um novo posicionamento do sujeito diante da realidade. Isto será algo característico da pessoa, possivelmente para toda a vida. Nessa caminhada de re-elaboração de relacionamentos, os jovens definem também sua maneira de se relacionar com a sociedade.

3. Concepção simbólico-cultural: A juventude é uma fase de experimentação e formação de valores. A transmissão de valores às novas gerações é uma das tarefas indispensáveis de toda cultura. Sem tradição, a cultura morre. O período da juventude é caracterizado pela aprendizagem e pela contestação dos valores aprendidos. Entre nós, podemos distinguir várias culturas, citamos ao menos três:

a) A Cultura popular: Está mais claramente presente em certos ambientes mais tradicionais, como o ambiente rural e pequenos grupos urbanos. Caracteriza-se pelo valor dado a tradição e a autoridade inconteste dos antigos;
b) A Cultura erudita: Própria dos meios universitários e classes média e alta, caracteriza-se pela confiança maior na racionalidade e nos caminhos científicos. Esta se baseia nas razões, mesmo aceitando “autoridades” reconhecidas como critérios confiáveis;
c) A Cultura de Massa: é mais urbana, mesmo que esteja atingindo todas as classes e regiões. Tem como característica principal a incontestável influência dos Meios de Comunicação.

4. Concepção sociológica: Na juventude se torna definitiva e consciente a alocação de cada pessoa numa classe social. As instituições e os processos de “formação” do jovem, de qualificação profissional e integração os submissão social, cultural e ideológica são diferenciados.
O jovem começa a pensar sua vida a partir do que é na sociedade: trabalhador, estudante, camponês, universitário (pobre ou de classe média, da cidade ou do campo). Aquilo que se é na sociedade e, especialmente, nos meios de produção, torna-se desde cedo um fator determinante na formação da personalidade e no processo de educação.


O Relacionamento do Jovem com a Família
Como vimos, a personalidade do jovem vai aos poucos sendo construída a partir das relações que ele constrói ao logo da vida. Um dos maiores problemas apontados pelos jovens de hoje é seu frustrante relacionamento com os pais e irmãos.
O termo família provém do latim “famulus”, criado ou servidor. Inicialmente a palavra designava o conjunto de empregados de um senhor e, só mais tarde, passou-se a usar o termo para denominar o grupo de pessoas que, unidas por laços de sangue, vivem na mesma casa e estão submetidas à autoridade de um chefe comum.
Embora não seja fácil estabelecer com precisão como se iniciou a vida familiar, parece que suas funções de reproduzir e proteger a espécie foram indispensáveis à sobrevivência da humanidade, já que o simples acasalamento não basta para garantir a propagação, desenvolvimento e socialização do ser humano.
O tipo de família mais comum constitui-se de homem, mulher e filho(os) não casados(as). Esse modelo de família não é absoluto, pois muitos lares incluem outros componentes, como: avós, viúvas, órfãos, mães solteiras... também pode haver filhos casados que façam parte da família junto com os pais, de modo a coexistirem, na mesma casa, três ou quatro gerações. Isso sem falar de casais que não tem filhos e das uniões homossexuais.

Dois Modelos
Hoje vivemos um conflito entre dois modelos de famílias:
A família do tipo antigo, rural, patriarcal;
2. A família moderna marcada pela cultura urbana, onde o papel do homem e da mulher é mais igualitário; o relacionamento entre os pais e filhos é mais próximo. Trata-se de uma família mais aberta.

Família: Célula Básica da Sociedade

Diante destas realidades em rápida evolução, precisamos redescobrir o papel transformador da família. Ela não pode continuar sendo vítima, ela deve ser protagonista.
Se a família é a célula básica da sociedade, se a família vai bem, é a sociedade que sai ganhando e vice-versa. Não há quem duvide que seja na família que se dá todo o processo de construção de uma vida sadia, equilibrada e responsável.
O estado de saúde ou doença da instituição é determinante para a sociedade. As famílias sólidas continuam contribuindo para a solução dos problemas mais graves das sociedades modernas: a educação da juventude, o equilíbrio psicológico dos cidadãos, a diminuição do consumo de drogas, a responsabilidade no trabalho, a solidariedade, a atenção aos idosos, etc.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O CULTIVO PESSOAL DO MINISTRO DA EUCARISTIA


Cada um de nós, chamados a vida, recebemos de Deus uma vocação específica. Já no ventre materno, Deus nos amou e nos escolheu. Nossa primeira vocação foi à vida. Não pra qualquer tipo de vida, mas para uma vida de santidade, vivida em comunidade.
A vocação à SANTIDADE é um convite especial de Deus. Buscamos sempre estar próximos de Deus, fazer a sua vontade, buscando realizar aqui, no nosso tempo, o início do seu Reino.
Mas, nesta caminhada de santidade, sempre há pedras que nos tiram do caminho. Podem ser pequenas ou grandes, mas sempre nos tiram do nosso objetivo inicial, que é estar o mais próximo possível de Deus.
Todos aqueles que se colocam a disposição de Deus, exercendo alguma atividade na sua Igreja, sempre estarão vuneráveis a estas distrações, que nos afastam de Deus. Em especial, os ministros, escolhidos para exercerem uma atividade particular, precisam estar preparados para estes “cochilos”.
Aqueles que são chamados para exercer o ministério extraordinário da comunhão precisam estar devidamente preparados para enfrentar estes “cochilos”. E podem se preparar apoiando-se em três pilares fundamentais de nossa fé: PALAVRA DE DEUS, EUCARISTIA e CONFISSÃO.

PALAVRA DE DEUS
Nela encontramos o sustento para nossa fé. Na Bíblia encontramos expresso, de modo humano, a verdade de Deus. Com o desejo de revelar sua bondade e sua sabedoria aos homens (e mulheres), Deus, por intermédio de Jesus Cristo, o verbo encarnado, e a ajuda do Espírito Santo, apresentaram seu projeto de salvação.
Assim, o que era invisível passou a ser visível, palpável, passível de experiência e aprofundamento. Assim, o livro da Palavra de Deus é, para nós crentes, o lugar onde encontramos o desejo de Deus expresso. Lá encontramos a revelação de seus desígnios. Lá encontramos também consolo para nossas angústias e desencontros.
A Bíblia é a Palavra de Deus, revelada e vivida no meio do Povo. É também nosso principal local de oração. Para o cristão, a Palavra de Deus é seu templo, seu átrio, seu santuário.

EUCARISTIA
A Eucaristia é centro e ápice de nossa fé. É Cristo vivo, presente no meio de nós. Celebrar a Eucaristia é reviver, fazer memória dos acontecimentos que identificam nossa fé: a entrega de Cristo para a Salvação de toda a humanidade.
A Igreja vive da Eucaristia. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja.
A Eucaristia é um dom – por excelência. É mistério de fé. É sinal de um amor levado ao extremo, sem medida. É um momento alegre, um banquete, onde Cristo se oferece como alimento.
A Eucaristia edifica a Igreja. Ela consolida a incorporação em Cristo operada no Batismo pelo Dom do Espírito Santo. E mais, renova este compromisso através da participação na comunhão sacramental. Podemos dizer não só que cada um de nós recebe Cristo, mas também que Cristo recebe cada um de nós.

CONFISSÃO
O Sacramento da Reconciliação é nossa oportunidade de nos aproximarmos novamente de Deus. Apagamos tudo aquilo que nos impedia de aproximarmo-nos de Deus e nos comprometemos em não praticá-los novamente.
Como o pecado é uma ofensa a Deus e que destrói nossa amizade com ele, a penitência busca, em última análise, que amemos intensamente a Deus e nos entreguemos totalmente a Ele.
Pela insondável mistério da bondade de Deus, recebemos o perdão, não por nossos méritos, mas pela Graça e misericórdia de Deus Pai. Mas, como geralmente o pecado está associado ao prejuízo de alguém da comunidade, é importante que o pecado seja reparado também com quem foi prejudicado.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO : Como podemos unir ORAÇÃO e AÇÃO?

O que é a ORAÇÃO?
Santa Teresinha do Menino Jesus (padroeira desta paróquia) definiu ORAÇÃO como o impulso do coração; é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor da provação ou no meio da alegria.
São João Damasceno completaria esta afirmação dizendo que a ORAÇÃO é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes.
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, a ORAÇÃO é a linguagem da profundeza. E o principal fundamento desta linguagem é a humildade. Ela é a disposição para receber gratuitamente o dom da oração.
A ORAÇÃO quer, saibamos ou não, é o encontro entre a sede de Deus e a nossa. Deus tem sede que nós tenhamos sede dele (Santo Agostinho).
A ORAÇÃO é o elo entre a nossa humanidade e a divindade de Deus. É como um fio invisível que nos liga a realidade divina de Deus. Quando cantamos aquele canto de animação (telefone do céu), estamos lembrando exatamente aquilo que chamamos de oração: um canal de ligação com Deus Pai.

A Oração como Aliança: De onde vem a oração humana?
Vem do CORAÇÃO. Ele é a casa em que estou, onde moro. Ele é nosso centro escondido, inatingível pela razão e por outra pessoa. Só o Espírito de Deus pode sondá-lo e conhecê-lo. Ele é o lugar da decisão, no mais profundo de nossas tendências psíquicas. É o lugar da VERDADE, onde escondemos a vida ou a morte. É o lugar do ENCONTRO, pois, à imagem de Deus, vivemos em relação; é o lugar da ALIANÇA.

A Oração como Comunhão
Na Nova Aliança, a oração é a relação viva dos filhos de Deus com seu Pai infinitamente bom, com seu Filho, Jesus Cristo, e com o Espírito Santo. Desta forma, a vida de oração consiste em estar habitualmente na presença do Deus três vezes Santo e em comunhão com Ele.
A família cristã é o primeiro lugar da educação à oração.
Os ministros ordenados, a vida consagarda, a catequese, os grupos de oração e a direção espiritual garantem na Igreja uma ajuda à oração…


4 modelos de oração:
1) Oração de Súplica: O pedido de perdão é o primeiro movimento da oração de súplica, pois esta está centrada no desejo e na procura do reino que vem, de acordo com o ensinamento de Jesus.
2) Oração de intercessão: É uma oração que nos conforma de perto com a oração de Jesus. Consiste num pedido em favor de outrem. Não conhece fronteiras e se estende até os inimigos.
3) Oração de Ação de Graças: Toda alegria e todo sofrimento, todo acontecimento e toda necessidade podem ser matéria da ação de Graças que devem dar plenitude a toda a vida.
4) Oração de Louvor: Oração totalmente desinteressada dirige-se a Deus. Ele faz, por aquilo que Ele é.

Lugares favoráveis à oração
1 – Para a ORAÇÃO LITÚRGICA, a Igreja, casa de Deus, é o local mais favorável. Mas não impede que seja celebrada a vida também em outros lugares;
2 – Para a oração individual (pessoal), na casa, um local preparado, um pequeno oratório, com a presença da Palavra de Deus, é sempre um lugar de oração;
3 – Os Santuários, os centros de espiritualidade, são sempre fontes de renovação da oração;4 – Para a oração da Igreja, o melhor lugar é mesmo a Bíblia. Nos encontramos com Deus e Ele se apresenta a nós nas páginas da Sagrada Revelação.